Melgaço já tem gás natural e a um passo de produzir a sua própria energia verde para inserir na rede

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“Foi um dia bonito, porque temos em Melgaço uma energia limpa e que, contrariamente àquilo que se dizia há dois ou três anos atrás, é muito importante para o desenvolvimento dos territórios. Para Melgaço foi um privilégio acompanhar este processo ao longo destes últimos dez anos. Desde 2014 que acompanho este processo e Melgaço foi absolutamente essencial para que o processo desbloqueasse.


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“Hoje é gás natural, amanhã será uma mistura de gases renováveis e que tem a vantagem de serem produzidos localmente”, diz Jerónimo Cunha, da DGEG

A SONORGÁS – Sociedade de Gás do Norte, empresa da iCON Infrastructure Partners VI, L.P (desde 2022), inaugurou, no dia 21 de junho, a Unidade Autónoma de Gás (UAG) em Melgaço. O depósito e instalação da rede de cerca de 15 quilómetros de extensão, que distribuirá gás natural a 1600 potenciais clientes do concelho, representou um investimento superior a 3,9 milhões de euros.

Instalado em parque devidamente monitorizado, no caminho do Centro Hípico, o depósito é o ponto de partida para uma rede que está agora a crescer “de forma progressiva”, com a expansão a acompanhar as obras de requalificação das redes de água, para redução de perdas, e de saneamento.

“Está a ser, aos poucos, estendida pelas freguesias da zona ribeirinha, mas ouvimos hoje na intervenção do CEO da Sonorgás, que poderemos com certeza ter aqui alguma perspectiva do alargamento da rede para um conjunto de outras freguesias”, notou o edil de Melgaço, que culminou neste “dia bonito” de descerramento de placa uma conquista pela qual já ‘lutava’ há cerca de dez anos.

“Foi um dia bonito, o de hoje, porque temos em Melgaço esta energia, que não é tão nova assim, mas é uma energia limpa e que, contrariamente àquilo que se dizia há dois ou três anos atrás, é muito importante para o desenvolvimento dos territórios. Para Melgaço foi um privilégio acompanhar este processo ao longo destes últimos dez anos. Desde 2014 que acompanho este processo e Melgaço foi absolutamente essencial para que o processo desbloqueasse. Durante o período de candidatura estivemos com os vários candidatos, depois do concurso feito e atribuída a concessão à Sonorgás e à Dourogás, tive a oportunidade de pressionar e fui o único autarca que o fez nessa altura. Pressionar a secretaria de Estado da Energia, hoje citei o Jorge Sanches [Secretário de Estado da Energia de 2015 a 2028], que foi uma pessoa extraordinariamente colaboradora e aberta a que se desenvolvesse rapidamente o concurso. Depois do concurso e com as contestações que são feitas sempre em todos os concursos, sabemos bem disso, ele teve a oportunidade de desbloquear o processo, por pressão de Melgaço, que beneficiou primeiro Melgaço, mas beneficiou também Monção e Paredes Coura, que eram os três municípios do Alto Minho que ainda não tinham gás natural e a partir de agora passam a ter” notou Manoel Batista, em declarações a este jornal.

Sobre o abastecimento e poupança para o consumidor particular e empresarial, o edil diz que já há testemunhos de pessoas que já estão a consumir gás natural, “satisfeitíssimas com a qualidade do serviço e sobretudo com o preço que estão a pagar”.

A redução da despesa poderá sentir-se sobretudo no consumo empresarial, onde a vantagem poderá significar uma redução de cerca de 40% na fatura do gás. “Aquelas que já estão com gás natural estão muito satisfeitas com isso, sobretudo uma das empresas que mais consumia gás propano, a Aflex, na Zona Empresarial de Penso”, indicou.

“Vamos somar investimento do município com o da Zona Empresarial de Nova Geração, para a produção energética de grande capacidade e armazenamento para distribuir. A partir do final do próximo ano, depois de concluída a obra da Zona Empresarial de Nova Geração, temos condições também para, numa das suas utilizações, introduzir hidrogênio verde nesta rede, com a venda da produção à Sonorgás, que o poderá introduzir na rede e somar esse hidrogénio produzido em Melgaço”, prevê Manoel Batista.

O cenário auspiciado pelo autarca de Melgaço é corroborado por Jerónimo Cunha, Diretor-geral da Energia, presente na cerimónia inaugural do serviço em Melgaço.

“É 100% gás natural. A empresa que tem este projeto, foi uma das primeiras empresas a trazer biometano para o país, e a primeira a injetar biometano numa rede de gás, portanto, quero acreditar e sei que no futuro, numa realidade próxima, começarão a injetar biometano, hidrogênio, metano sintético. Este gás que hoje é gás natural, amanhã será uma mistura de gases renováveis e que tem uma vantagem, são gases produzidos localmente. O biometano pode, por exemplo, vir de uma indústria de restos, de resíduos, produzido localmente e injetado na rede. No caso do biometano, estamos a falar exatamente da mesma molécula, CH4, só que é uma molécula verde e pode ser injetada diretamente, sem qualquer questão”, explica Jerónimo Cunha, em declarações ao “Voz de Melgaço”.

“É 100% gás natural. A empresa que tem este projeto, foi uma das primeiras empresas a trazer biometano para o país, e a primeira a injetar biometano numa rede de gás, portanto, quero acreditar e sei que no futuro, numa realidade próxima, começarão a injetar biometano, hidrogênio, metano sintético. Este gás que hoje é gás natural, amanhã será uma mistura de gases renováveis e que tem uma vantagem, são gases produzidos localmente. O biometano pode, por exemplo, vir de uma indústria de restos, de resíduos, produzido localmente e injetado na rede. No caso do biometano, estamos a falar exatamente da mesma molécula, CH4, só que é uma molécula verde e pode ser injetada diretamente sem qualquer questão”, explica Jerónimo Cunha, em declarações ao “Voz de Melgaço”.


“Esta infraestrutura que hoje inaugurada faz parte de uma estratégia desta empresa em concreto de dotar a região norte, o Minho, de uma fonte alternativa de energia que é o gás natural. O que está em causa é dar a oportunidade aos consumidores de aceder a uma fonte de energia economicamente mais vantajosa, face às alternativas que tem hoje, e também permitir que indústrias e empresas venham para o território e se consolidem, porque de facto esta fonte de energia, em muitas indústrias, é necessária para determinados processos industriais”, reiterou ainda o responsável da DGEG.

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