MDOC: É assim ‘o país e o mundo’ em 6 dias de filmes documentais

Avatar photo
Nas curtas e médias metragens, chegam de Portugal Tanganhom de Vítor Covelo, 2720 de Basil da Cunha (recentemente galardoado no Curtas de Vila do Conde) e Death of a Mountain de Nuno Escudeiro.


Publicidade

Projectos de Melgaço e Monção chegam a lista de candidatos ao prémio Jean-Loup Passek

Uma seleção de 32 documentários concorrem, este ano, aos Prémios Jean-Loup Passek e ao Prémio D. Quixote. Entre os dias 31 de julho e 6 de agosto, o MDOC – Festival Internacional de Documentário de Melgaço volta a juntar uma multiplicidade de pontos de vista sobre um mundo em crise, lançando um desafio sobre as novas formas de pensarmos as questões universais e o lugar da Humanidade no mundo. 

Destaque à seleção de longas-metragens, com filmes oriundos de 15 países, num olhar transversal e intercontinental sobre as questões de identidade, memória e fronteira. Com produção portuguesa serão exibidos: Trilogia dos Vales de Nuno Alves e Filipe Barreiro, The Invisible Hands de Hugo Santos, Territórios Ocupados de José Vieira, Margot de Catarina Alves Costa, As Maças Azuis de Ricardo Leite, Astrakan 79 de Catarina Mourão e Cesária Évora de Ana Sofia Fonseca.

Já nos internacionais a concurso, destaque para All That Breathes de Shaunak Sen, documentário nomeado para os Óscar este ano, ou Silent House de Farnaz Jurabchian e Mohammadreza Jurabchian um filme onde os realizadores traçam um retrato intimista de uma casa e uma família, através de uma revisita aos arquivos das suas diferentes gerações.

Nota ainda para The Visitors de Veronika Lišková, filme seleccionado para a 75ª edição do Festival de Cinema de Locarno na seção Semaine de la Critique, que aborda aspetos antropológicos de uma pequena cidade em constante mudança no norte da Noruega e a pressão sentida pelos estrangeiros que aí trabalham; Thiiird de Karim Kassem (seleccionado para a edição deste ano do festival de Roterdão) e And, Towards Happy Alleys de Sreemoyee Singh e Dreams’ Gate de Negin Ahmadi (ambos estreados na Berlinale deste ano). 

Tanganhom, de Vitor Covelo, é exibido no dia 1 de Agosto ás 15 horas, na Casa da Cultura

Nas curtas e médias metragens, chegam de Portugal Tanganhom de Vítor Covelo2720 de Basil da Cunha (recentemente galardoado no Curtas de Vila do Conde) e Death of a Mountain de Nuno Escudeiro. No plano internacional nota para Taxibol de Tommaso Santambrogio (estreado no Vision du Réel),  Budapest Silo de Zsófia Paczolay (estreado no IDFA) e When a Rocket Sits On The Launch Pad de Bohai Liu (estreado na Berlinale 2023). Uma palavra ainda para Will You Look At Me, de Shuli Huang, vencedor da Queer Palm para a melhor curta-metragem em 2022, um documentário filmado de forma exemplar, que revela o abismo emocional entre a mãe e o filho à procura da sua identidade.

Trailer de TANGANHOM, Vitor Covelo | Portugal, 2022, 5′

Abrindo um diálogo com Melgaço e o concelho, a secção Quem somos os que aqui estamos? integrará o lançamento dos livros “Quem Somos os Que Aqui Estamos – Castro Laboreiro e Lamas de Mouro” e Labuta, um livro de fotografia de João Gigante sobre a freguesia de Alvaredo, que será ainda o mote para uma exposição homónima a ter lugar na Sede da Associação A Batela (Alvaredo).

Anunciada estava já a masterclass de Maythem Ridha (Contos do Iraque – a interface híbrida entre realidade e ficção), à qual se junta a oficina do realizador Vítor Hugo Costa que desafiará os participantes a desenvolverem projetos fílmicos com recurso a telemóvel. O X-RAYDOC propõe uma conversa/debate sobre o Candid Eye, a partir de filmes de Wolf Koenig e Roman Kroitor. A exposição central do festival, Imagens de Uma Idade de Ouro: O Cinema Alemão dos Anos 10 aos Anos 30, junta cartazes, fotografias de filmes e retratos de atrizes da UFA (Universum FilmAG, sociedade de distribuição e produção alemã fundada em 1917).

Paralelamente ao festival, volta a ter lugar o curso de verão Fora de Campo, este ano dedicado ao tema: Cinema Autobiográfico/Autobiografias no Cinema, a partir da revisão do estado da arte e de projetos de pesquisa nas Artes, no Cinema e nas Humanidades. A coordenação do curso está a cargo de José da Silva Ribeiro, Alfonso Palazón Meseguer e Manoela dos Anjos Afonso. 


As residências cinematográfica e fotográfica Plano Frontal vão produzir quatro documentários e três projetos fotográficos sobre o território, estando ainda previstas as estreias dos trabalhos realizados na edição de 2022. Como de costume o MDOC organiza o Salto a Melgaço, uma programação intensiva com projeção de filmes, diálogo com os realizadores, visita às exposições, ao Museu de Cinema Jean-Loup Passek e ao Espaço Memória e Fronteira para aqueles que não podem participar em todos os dias do evento.

Toda a programação em detalhe em 
https://mdocfestival.pt/pt/.

Total
0
Shares
Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Artigo Anterior

Bombeiros de Melgaço: “Até 2017, as viaturas estavam todas ilegais”

Artigo Seguinte

MDOC [Os filmes do dia]: A florestação “violenta” feita pelo Estado em 1941, por José Vieira

Pode também ler

O Lápis Azul da Nova Proibição

Apesar de décadas terem se passado desde o fim do Estado Novo, as marcas deixadas pelo Lápis Azul ainda podem ser sentidas no jornalismo do Alto-Minho. Embora não haja mais censores a riscar palavras com tinta, seja qual cor seja, a censura persiste das formas mais subtis e insidiosas. Os jornalistas enfrentam pressões e ameaças para não reportar certas histórias, não investigar certos assuntos e não criticar certos poderes estabelecidos.
Ler mais