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PRR vai permitir a digitalização de todos os filmes portugueses. São mais de mil, dos primórdios do cinema português até 2010
É no Arquivo Nacional de Imagens em Movimento, situado numa quinta em Bucelas, que uma equipa de mais de 40 técnicos trabalha todos os dias para transformar quilómetros de película de celulose em bits e bytes. O processo começou em 2022 e vai durar até 2026, ano em que todo o acervo cinematográfico da Cinemateca estará digitalizado.
O processo pretende criar cópias fiéis ao cinema analógico, o mais parecido possível com o filme tal como foi exibido em sala no seu dia de estreia – há 20, 40 ou 80 anos. Para isso, são envolvidos, sempre que possível, os autores, realizadores, diretores de fotografia ou técnicos dos filmes analógicos.
A digitalização torna o acervo cinematográfico português mais acessível – passa a ser possível mostrar os filmes em qualquer sala de cinema, na televisão, na internet ou em serviços de streaming. Desta forma, os filmes chegam a mais gente e podem vir a ser descobertos por diferentes gerações. O ANIM continuará a restaurar, preservar e armazenar todos os filmes em película.
A digitalização passa por cinco etapas e pode demorar entre um a três meses: Seleção técnica: recolher e selecionar os materiais em película; preparação dos materiais: limpar e reparar as fitas danificadas; produção de ficheiros: captar os frames, um por um, passá-los para o formato digital; pós-produção: ajustar a cor e o som, sempre que possível com a ajuda dos autores; validação: passar a versão digital numa sala de cinema.
Para que todo o trabalho seja possível e visto nas salas nacionais, o Plano de Recuperação e Resiliência irá apoiar em 8 milhões de Euros a digitalização.
155 salas de cine-teatros vão receber equipamentos de projeção digital, apoiadas pelo PRR.