Publicidade
“O Presidente da CPS tem a responsabilidade de arranjar candidato ou ser o candidato. Eu não me furto a nada, nunca direi não a Melgaço”
José Albano Domingues
No dia em que dava posse ao novo presidente Comissão Política de Secção (CPS) do PSD Melgaço, Manuel Fernandes recordou, em declarações a este jornal, o momento que o fez “saltar da cadeira” para tomar rédeas da concelhia que, por esvaziamento da militância ativa, estava em vias de assumir um candidato externo ao concelho para a corrida autárquica.
Anteriormente, e como este jornal noticiou à altura (em 2015), Manuel Fernandes batia com a porta ao partido por quebra da promessa do então secretário Adjunto do Ministério da Saúde, Fernando Leal da Costa, que lhe tinha prometido, em Julho de 2014, que a Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Melgaço abriria em 2015. A unidade em questão só abriria em Agosto de 2016, já com o Partido Socialista no Governo e António Costa enquanto Primeiro-Ministro, que presidiu à inauguração.
Face a essa falta ao compromisso, Manuel Fernandes desfiliava-se do Partido e, enquanto Vereador da oposição na Câmara Municipal de Melgaço, passava a independente. O que teve então de acontecer para regressar à vida política local, novamente pelo PSD?
“O que me trouxe à Secção [CPS], na altura Comissão Administrativa, foi a possibilidade de termos um candidato de for a, no caso concreto, uma candidata, o que me fez saltar da cadeira e pensar que não podia ficar sentado, impávido e sereno, perante aquilo que estava a acontecer e vim para o terreno para procurar um candidato”, justifica o líder cessante da concelhia.
O candidato chamado à corrida foi José Passos Rodrigo, que “não era a pessoa em Melgaço com a maior notoriedade, mas o que é certo é que se fez um trabalho sério, com muitas dificuldades, porque a estrutura local praticamente estava inativa, isso também tem que se dizer”, observou ainda.
Manuel Fernandes assumiu o mandato de 2022 a 2024 e passa agora ao novo líder um Partido com uma militância mais sólida do que encontrara em 2022, quando a concelhia tinha apenas “cinco ou seis militantes ativos. Hoje temos mais de sessenta, fizemos um caminho de fortalecimento da Secção”, frisou.
Pelo caminho, os social-democratas tem mantido o seu bastião, nomeadamente Parada do Monte, mas ganho representatividade nas Freguesias vizinhas (em União ou não), como Cubalhão e Cousso, além de aproximação noutras.
“Se fizermos uma análise aos resultados autárquicos, desde 2013 até 2021, temos vindo em crescendo. Isso leva-nos a pensar que, numa mudança de ciclo e com uma candidatura forte, para além da sua competência notória, é também uma pessoa conhecida no meio, podemos perspectivar aquilo que eu desejo e sinto que os melgacenses também desejam, que é uma mudança no governo do município”, diz Manuel Fernandes.
Sobre o candidato às Autárquicas de 2025, o líder cessante – que passou para a vice-presidência da lista liderada por José Albano Domingues – deixa nas entrelinhas a estratégia social-democrata, mas não coloca nomes em cima da mesa.
“Que quem está a liderar uma estrutura é aquele que mais se perfila para uma candidatura. No caso concreto, não precisamos de esconder nada, porque esta mudança de líder da estrutura também tem a ver com isso. Eu não queria criar equívocos junto dos melgacenses, portanto diria que estamos a trabalhar e a seu tempo apresentaremos o candidato à Câmara. Direi apenas que estamos a viver um momento feliz porque apresentaremos um candidato muito forte”, atira Manuel Fernandes.
A menos de uma hora de tomar formalmente posse da CPS do PSD Melgaço, José Albano Domingues diz que o partido “nunca morreu” desde 1974, “sempre houve homens e mulheres que souberam estar à frente dele, rejuvenescê-lo, com altos e baixos, como todos os projetos”.
O ‘eterno’ candidato que nunca quis liderar a lista para a autarquia renovou a esperança aos militantes que celebraram o momento em que finalmente aceitou o desafio “para assumir este projeto e este mandato”.
“Aceitei-o, foi uma lista de consenso. Felizmente todas as pessoas que convidei aceitaram de bom grado a acompanhar-me e hoje, esta ocasião é exatamente para assinalar a tomada de posse e esta nova fase do PSD Melgaço”.
“Era o eterno candidato e o cognome é-me posto porque sou do Melgaço, Melgaço diz-me muito, saio e não me escondo na minha zona de conforto, para dar a cara, numa terra que nem sempre é fácil, e defender os meus ideais. Entendo que de facto o concelho não tem seguido o rumo mais certo, e se formos ver as estatísticas comprovam-no e não sendo hoje o dia para anunciar o candidato do Partido ou da Aliança em 2025, as pessoas começam a associar. Aquilo que eu direi hoje é que o Presidente da Comissão Política tem a responsabilidade de arranjar candidato, ou de ser o candidato. Eu e a equipa que está comigo assumimos essa responsabilidade, eu particularmente não me furto a nada e uma coisa certa, nunca direi não a Melgaço”, avançou.