PSD Melgaço: José Albano Domingues recebido em ambiente digno de campanha autárquica em dia de tomada de posse

Imagem do avatar


Publicidade

Figuras do PSD dizem que já “sopram ventos de mudança” no poder local

Faltou a presença do “cidadão português imaturo que tem dado uma lição de conhecimento” que lidera a lista da Aliança Democrática (AD) para as Europeias 2024 – adiante veremos em que contexto se disse isto de Sebastião Bugalho – mas outros nomes de referência do partido a nível nacional e regional estiveram em Melgaço para ‘apadrinhar’ a tomada de posse de José Albano Domingues enquanto presidente da Comissão Política de Secção (CPS) do PSD Melgaço.

A sala de eventos do Hotel Boavista encheu-se de militantes, simpatizantes e de ânimo para ver o “eterno” desejado pelos social-democratas locais tomar posse enquanto presidente da estrutura local do partido e, daí, abrir caminho para a mais que certa candidatura às Autárquicas de 2025.

Quando José Albano Domingues, advogado e empresário melgacense, se aproximou do púlpito para discursar, o aplauso da sala foi efusivo, como se naquele momento, a 31 de Maio de 2024, se desse o pontapé-de-saída para a campanha das autárquicas de 2025.

A seu lado, tinha figuras de referência do Partido a nível nacional: Paulo Cunha, vice-presidente do PSD e segundo na lista de candidatos ao Parlamento Europeu; Emília Cerqueira, de Arcos de Valdevez, deputada na Assembleia da República pelo círculo eleitoral de Viana do Castelo e atual presidente da Comissão de Agricultura e Pescas; e Felismina Barros, natural de Ponte de Lima, também na lista da AD para as Europeias 2024, que decorrem a 9 de Junho.

A nível regional, a figura maior do partido presente era Olegário Gonçalves, Presidente da Comissão Política Distrital do PSD de Viana do Castelo. Contudo, a sala vibrou com especial entusiasmo quando a chamada a discursar foi para o presidente da Câmara Municipal de Monção, António Barbosa, que arrancaria da plateia o gesto em V da praxe e um uníssono “PSD! PSD!” – e JSD [Juventude Social Democrata] também, que ocupou um dos lugares centrais da sala – com maior êxtase do momento de discursos.

Depois da assinatura formal da tomada de posse, José Albano Domingues tomou a palavra para agradecer aos que se associaram ao momento que “queremos que seja a primeira etapa, o ponto de partida de algo muito maior no Conselho de Melgaço”.

Foi também neste momento que novo presidente da concelhia deu a catchphrase com que iniciamos o texto, ao assinalar “a excelência do trabalho que está a ser desenvolvido pela candidatura da Aliança Democrática às eleições europeias do próximo dia 9 de Junho, excelentemente timoneada pelo Sebastião Bugalho, o tal cidadão português imaturo que tem dado uma lição de conhecimento, que hoje temos aqui dignamente representada, tão só pelo doutor Paulo da Cunha, número dois da lista nacional e vice-presidente da Nacional do PSD. Isto é sinal de que Melgaço também existe e que nós podemos contar com as estruturas nacionais para nos ajudar naquilo que hão-de ser os combates vindouros”.


Além do agradecimento aos representantes nacionais e regionais do partido e do apelo ao voto no acto eleitoral do dia 9 de Junho, José Albano Domingues direcionou a importância da ação para a esfera local, pedindo aos presentes que contribuam na fidelização de novos militantes, “refidelizar” os que estão “afastados” ou simplesmente cativar a colaboração para as ações de campanha.

“Queremos crescer cada vez mais, ser cada vez mais proativos, ser presentes e sem medo de dar a cara. Instituiu-se, sem Melgaço uma coisa que é própria do tempo da ditadura e com a qual temos de acabar, que é termos receio de dizer aquilo que pensámos e de manifestarmos o nosso descontentamento com o caminho que o concelho tem seguido. É com pessoas que não têm receio, que não têm medo, que sem peias dão o peito às balas, enfrentem esta realidade, porque cada um de vós que o faça, vai ser um exemplo para todos os demais”, declarou presidente da CPS de Melgaço para o mandato 2024/2026.

É hora de afirmarmos sem reservas o nosso sentimento e a nossa convicção de que hoje começa a conquista do futuro de Melgaço. Isto leva-me ao meu último apontamento, que é o processo eleitoral autárquico, que vem já em 2025. Não é por mais dizer que temos em Melgaço, e temos melgacenses fora do concelho, pessoas que tiveram de procurar outras paragens porque quem nos vem governando há mais de 40 anos não foi capaz de criar condições que os permitisse fixar no concelho que os viu nascer e crescer”, apontou.

Ainda no seu discurso, José Albano Domingues pegou em alguns dos assuntos que tem discutido em Assembleia Municipal enquanto deputado, em temas apontados por si ou pela sua bancada, como é o caso do Centro de Saúde de Melgaço ou as despesas em comunicação e imagem realizadas pelo município.

“Nós não queremos um Melgaço com centenas de pessoas sem médico de família, onde um Centro de Saúde não responde às necessidades da população e onde permanentemente nos empurram para as urgências de Monção. Onde falte habitação, onde faltem serviços de qualidade, onde a capacidade de atração de investimento privado e gerador de valor acrescentado é praticamente nula, onde o poder de compra tem diminuído progressivamente, o que nos coloca na cauda dos municípios do Alto Minho. Não queremos um executivo camarário que gaste mais em fotografias, comunicação e imagem do que em ação social”, reiterou.

Ainda em jeito de inauguração da campanha, o presidente do PSD Melgaço criticou a estratégia do executivo socialista da autarquia, “conhecido pelas grandes parangonas na comunicação social” por anunciar “orçamentos de dezenas de milhões de euros, até mais do que a vizinha Câmara de Monção, e depois vamos ver o que são as despesas de capital ligadas ao investimento e, ano após ano, executa pouco mais de metade”.

“Estamos disponíveis para dizer, quando chegar a hora, ‘presentes!’, e plenamente convictos que seremos capazes de demonstrar no nosso dia-a-dia, na campanha eleitoral, no próximo processo eleitoral autárquico e depois no governo da Câmara, que conseguimos fazer mais, que conseguimos fazer diferente e que conseguimos fazer melhor. Eu em particular, como Presidente da Comissão Política, agora eleita, não me furtarei às minhas responsabilidades e assumirei a minha inteira disponibilidade para fazer parte da solução e não do problema. Acreditem que sopram em Melgaço ventos de mudança e todos nós vamos querer fazer parte dela. Outras lutas terão lugar. Ficam desde já convocados para estar presentes e nelas participar. Pergunto, podemos contar convosco?”, lançou José Albano Domingues aos presentes na sala.

António Barbosa: “Ganhámos o acreditar nas pessoas e hoje Monção transformou-se”

O aplaudido autarca do concelho de Monção destacou a força de acreditar na causa e juntar “cada dia mais um” que tornou o seu desafio autárquico possível, recordando a missão que foi a campanha do seu primeiro mandato que, mesmo perdendo a liderança por três votos, ganhou o “acreditar” dos eleitores.

“O que estamos a fazer aqui hoje é dizer que é possível fazer diferente. Quando eu iniciei o meu processo político em Monção, vivia no Porto. Fui candidato à Câmara a primeira vez em 2013, sendo morador no Porto. Perdemos a Câmara por três votos. Na altura, e está aqui à minha frente aquela gente que me ajudou, a JSD, eu andava com meia dúzia de miúdos comigo pelas Freguesias e gozavam com a nossa candidatura. Recordo que Abel Batista era candidato pelo CDS e na altura um deputado da nação, conhecido. Portanto, eu fui candidato pelo PSD, um miúdo com 33 anos, juntamente com jovens. Fomos para o terreno com esse acreditar, que fez com que a cada dia que nós calcorreássemos o território e conseguíssemos juntar mais um. Chegámos ao final, não perdemos as eleições, mas aquilo que constou dos votos foi que perdemos a Câmara por três votos. Mas ganhámos uma coisa particular e essencial, ganhámos o acreditar nas pessoas e hoje Monção transformou-se”, contou.

António Barbosa sugere que a melhor campanha para ganhar eleições “não é falando daqueles que cá estão, é falando daquilo que queremos fazer e que somos capazes de fazer diferente”.

“Nós não somos melhores que os outros, é isso que vocês aqui em Melgaço têm de pensar da mesma forma. Os nossos autarcas a nível nacional mostram claramente que é possível, nos mesmos territórios, com os mesmos recursos, transformar territórios”, indicou.

Barbosa recorda ainda que, entre a primeira e a segunda candidatura (2013 e 2017) a população questionava “o que é que Barbosa vai fazer diferente? O que é que se pode fazer diferente?”.

“Eu sei que é difícil dizer isto depois de vocês terem 40 anos de governação do Partido Socialista, mas acreditem que é possível. Aliás, a direita pelo país prova que transformar territórios não é pelo facto de fazermos mais estradas, mais rotundas, ter mais centros desportivos, mais pavilhões. O que vai transformar o nosso futuro é garantir que a economia local gera dinheiro para que a Câmara tenha mais dinheiro para voltar a investir. Se vocês tiverem uma economia mais pujante, terão mais emprego. Mais emprego é mais receita da Câmara. Só dessa forma é possível ter mais economia, mais dinheiro para dar às Freguesias, para dar às pessoas, para investir nos territórios e criar esta bola de neve que felizmente em Monção chegou, e eu tenho a certeza que Melgaço não tem porque ser diferente, também pode chegar”, lançou o edil de Monção.

António Barbosa destacou ainda o intercâmbio que Monção e Melgaço podem operar com as visões e ideológicas alinhadas, porque, assume o edil, até nos pequenos momentos do dia-a-dia, as formas de estar da ideologia política de esquerda e de direita são “muito diferentes”.

Melgaço tem tudo a ganhar com Monção, Monção tem tudo a ganhar com Melgaço. É juntos que eu tenho a certeza de que Melgaço também poderá ter ventos de mudança, sem termos de estar a olhar àqueles que por cá passaram durante 40 anos. Tenho a certeza de que tentaram fazer o melhor que sabiam. Isto não é uma questão de que quem está a governar não quer fazer bem as coisas, tem a ver muito com a ideologia. Vê-se na forma como olhamos para as políticas no nosso país porque é que concordamos com algumas e discordamos de outras. Porque é que olhamos, ao contrário da esquerda, para os empresários, não como inimigo do país, mas particularmente como aqueles que podem e devem construir o futuro. Cada dia que estamos na rua percebemos, pela forma como estamos, como convivemos, como partilhamos pequenos momentos com quem está ao nosso lado, em conversas de café, que efetivamente somos muito diferentes”, observou.

Paulo Cunha: “Está aqui hoje evidente que merecemos governar Melgaço”

Paulo Cunha, vice-presidente do PSD, sublinhou a disponibilidade da estrutura nacional no apoio ao PSD Melgaço e apelou à mudança, não por uma questão de ‘colecionismo’ de autarquias, mas por merecimento dos social-democratas.

“Estaremos ao lado desta estrutura no caminho que é preciso fazer para chegarmos a essa vitória que ambicionamos. E digo-o, não é para o PSD ter mais uma Câmara, é porque este território merece um bom governo. Às vezes pensa-se que os partidos colecionam autarquias, querem ter mais câmaras, mais freguesias, mais deputados.  No PSD a nossa preocupação é a qualidade da governação. O que está aqui hoje evidente é que nós merecemos governar Melgaço. Melgaço precisa de um novo governo local, de uma mudança, de virar a página. É preciso acontecer o que aconteceu no dia 10 de Março no país. E vejam as diferenças!”, considerou.

“Eu fui autarca 12 anos, quatro como vereador, oito como presidente, mas também estive na oposição. Sei bem o que é preciso para fazer a mudança, o que é essencial para cativar a confiança das pessoas. E quando chegarmos a posições de governação, é essencial que tenhamos o foco naquilo que é mais importante. Já são longas [antigas, Manuel Bento Sousa Silva foi presidente da autarquia pelo PSD entre 1979 e 1982] as memórias de uma governação à direita aqui em Melgaço. Mas não é preciso ir muito longe, basta ir aos Arcos e a Monção para perceber as diferenças”, atirou ainda Paulo Cunha.

Olegário Gonçalves: “Sem Juntas de Freguesia fortes, não ganhamos a Câmara Municipal”

O Presidente da Comissão Política Distrital do PSD de Viana do Castelo, Olegário Gonçalves considerou a nova liderança da concelhia um sinal de “uma nova etapa”, congratulando a equipa agora liderada por José Albano Domingues “pela sua disponibilidade para assumir este compromisso e levar o PSD de Melgaço a bom porto”.

“Os primeiros espaços que a concelhia de Melgaço vai ter de dar é, primeiro, apresentarmos o candidato à Câmara e depois ir à procura dos candidatos às juntas de Freguesia. Sem Juntas de Freguesia fortes, dinâmicas e ganhadoras, não ganhamos a Câmara Municipal”, aconselhou o presidente do órgão distrital social-democrata.

“Melgaço faz fronteira com Arcos de Valdevez e é um privilégio depois eu poder telefonar para o Melgaço, para um colega do mesmo partido, do PSD, como faço atualmente com Monção, porque é muito mais fácil trabalharmos em conjunto”, perspetivou Olegário Gonçalves, empresário arcuense, onde é atualmente vice-presidente da Câmara Municipal.



Total
0
Shares
Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Artigo Anterior

A Revolução veio também com as Primeiras Vinhas, ou como a família Cerdeira transformou a paisagem

Artigo Seguinte

A história do folclore português também passa por aqui!

Pode também ler

Começa hoje ‘o pai’ dos festivais em Portugal. Vilar de Mouros em contagem decrescente

Os grandes écrans do palco principal, em contagem decrescente, preparam-se para quatro dias de calor, música, pó e lama, cheiro a álcool, fast-food e a neblina húmida, matéria prima do festival minhoto que tem continuado a lutar para trazer o melhor som das nossas vidas. É uma verdadeira playlist do Spotify [ou do TIDAL para os mais puristas da música] em todas as dimensões e com a qualidade de som que cada banda quer.
Imagem do avatar
Ler mais