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Bruno Pereira lança single com ‘garantia de qualidade’ do estúdio de Pedro Abrunhosa
Há ansiedade no cantor, à altura na conversa que teve com o jornal “A Voz de Melgaço”, dias antes do lançamento do single “Ainda Espero que Me Escrevas”, prestes a chegar às plataformas de streaming de música e videoclip já disponível no Youtube.
[Clique no vídeo e disfrute das imagens ou deixe-se levar pela canção, enquanto lê o resto do texto]
A letra é da melgacense Joana Malheiro (uma homenagem à avó) e a música é o primeiro salto para o desconhecido de Bruno Pereira, a cantar desde 2002, que não soa tão bem como o ano do anúncio, mas mesmo assim são 22 anos a treinar a voz para o que aí vem. Neste longo processo, já a solo, cantou no conforto de canções emblemáticas de outros artistas como Rui Veloso, Jorge Palma, João Só ou António Zambujo, mas quisemos saber mais do percurso do artista natural de Cristóval que teve a ousadia de mostrar uma primeira versão deste single a Pedro Abrunhosa e acabou a gravar num dos mais modernos estúdios nacionais.
O Boom Studios, de que o autor de temas incontornáveis como “Tudo o Que Eu te Dou”, “Momento” ou “Para os Braços da Minha Mãe” é proprietário foi designado “o melhor estúdio de gravação da Península Ibérica e um dos melhores da Europa” em notícia da Agência Lusa à altura da instalação, em 2008.
“O estúdio foi construído de raiz com as técnicas e materiais mais avançados, estando dotado de uma sala de gravação com 120 metros quadrados, onde cabe uma orquestra. Desenhado e construído de raiz por Phil Newall, o mesmo engenheiro que concebeu o estúdio dos U2, de Michael Jackson e de várias outras estrelas da música internacional, é considerado como o “estado da arte” na tecnologia de estúdios de gravação”, acrescentava a mesma notícia.
O lançamento a solo (a cantar covers, naturalmente) acabaria por acontecer em 2016, já Bruno, auto-didacta na aprendizagem da guitarra – depois de “massacrar” a cabeça aos pais para que lhe comprassem uma – foi convidado para um evento de recolha de fundos para a Liga Portuguesa contra o Cancro.
“Eu tinha pouquíssimos meses de guitarra. Comecei a tocar nos primeiros meses de 2016 e a atuação foi logo em junho. Lembro-me que nem sequer sabia quantas músicas é que tinha de tocar para ocupar uma hora e meia e de falar com o Roberto Martins, que é um músico local (baixista), a perguntar quantas músicas eram, para uma hora e meia. Toquei muito mais tempo, mas correu tudo bem”, recorda Bruno Pereira.
Passado uns meses, começou a estabelecer-se ‘mais a sério’.
“A Garrafeira (um bar local, atualmente encerrado) foi dos primeiros locais. Depois na Casa do Povo, onde o Fernando [Pereira, presidente da associação] começou a organizar noites de Fado e foi também ali que conheci outros músicos. Aqui no Rio’s [onde decorreu a entrevista e há um mural de fotografias de que faz parte enquanto artista convidado] que tem sido, mais do que um palco, uma casa”, conta.
Um dos momentos altos do momento pré-carreira que agora se auspicia foi seguramente quando subiu a palco do Melgaço em Festa 2019, ao lado de António Zambujo, para cantar o tema “Recanto do Alto Minho”, que teve por base a vontade e pedido de Mário monteiro, de Cevide, a Sérgio Fernandes, que compôs a música, Letra de Moura Alves, arranjo de Mário Monteiro e interpretada pelo Quarteto JAM´S, de Ponte de Lima.
“O Mário foi o grande ‘culpado’ disso, porque foi ele que me lançou o desafio. Ele queria que eu fosse o primeiro melgacense a cantar essa música, uma versão acústica. E a verdade é que eu fui utilizando essa música como uma espécie de bandeira, de cartão de visita, por onde passava”, confessa o artista.
Como chegamos ao single que agora chega às plataformas de Streaming? É uma aventura dos tempos da pandemia.
Esta música nasce de uma parceria muito especial. Quando surgiu a pandemia, tal como qualquer outra pessoa, vi-me obrigado a ficar em casa. Decidi fazer uma espécie de anúncio nas redes sociais em que estava à procura de poetas, porque queria conhecer pessoas do outro lado que pudessem escrever, porque eu sentia, e ainda hoje sinto, que tenho maior facilidade em compor sobre um poema. E a verdade é que houve pessoas que me foram enviando, que gostei e são pessoas com as quais ainda mantenho contacto, mas houve uma pessoa, que eu já sabia que escrevia muito bem, uma melgacense, que é a Joana Malheiro. Enviou-me uma mensagem, um bocado a medo, a perguntar o que é que eu estava à procura, se eu queria um texto sobre um tema específico, e na altura, disse-lhe, ‘olha, se quiseres escrever, escreve ao teu gosto, sobre o que tu quiseres, és completamente à vontade’. Disse que ia tentar e no dia a seguir enviou um poema. Foi bem rápido”, recorda Bruno Pereira.
E tudo aconteceu rápido, nesse período atípico de tão remota memória, ainda que passado a menos de quatro anos. Em meados de 2020, o músico trabalhou sobre o poema de Joana Malheiro e em Setembro do mesmo ano gravou a primeira maquete no estúdio de Sérgio Fernandes (curiosamente) o mesmo que musicara o poema “Recanto do Alto Minho” esse género de hino de Melgaço para uma nova geração.
Na edição impressa de 1 de Abril do jornal “A Voz de Melgaço” vamos contar-lhe mais sobre o percurso de Bruno Pereira e a história em torno da canção que agora chega ao streaming e ao YouTube. Até lá, fique já com o videoclip desta estreia do artista melgacense.