“As vindimas de 2023”, por Virgínia do Carmo Ferreira

Os agricultores, principalmente os que têm de pagar muita mão-de-obra, se os prejuízos continuarem, [dizem] que terão de desistir, que não aguentam. Apelam à compreensão das adegas para que aproximem o preço do quilo de uva de 1,70 euros. Se assim fizessem seria uma ajuda preciosa.


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Sobre este assunto, tenho ouvido agricultores, tristes e desanimados com as colheitas deste ano. Até à data tem corrido tudo muito mal. As pessoas que trabalham nesta área aumentaram os seus preços. Quem trabalha com um trator ou outras máquinas foi obrigado a aumentar os preços, porque o gasóleo aumentou 30%, e também ficou mais caro o conserto de qualquer avaria.

Os adubos para a vinha ficaram muito mais caros, os produtos para tratamento subiram à volta de 30% e este ano foi preciso dar mais voltas do que as habituais, ficou mais dispendioso. Além de tudo isto, o míldio atacou como não há memória nas últimas décadas e as vindimas vão ficar mais caras, porque as pessoas que trabalham nas mesmas levam mais tempo por causa de escolher as uvas boas.

Segundo dados que os agricultores me dão, estima-se uma diminuição na colheita de 40%, e mesmo alguns já me falaram em 50% de prejuízo, em comparação com anos anteriores.

Os agricultores, principalmente os que têm de pagar muita mão-de-obra, se os prejuízos continuarem, [dizem] que terão de desistir, que não aguentam. Apelam à compreensão das adegas para que aproximem o preço do quilo de uva de 1,70 euros. Se assim fizessem, seria uma ajuda preciosa.

Virgínia do Carmo Ferreira

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