Soalheiro lançou a “Manta de Retalhos” em homenagem à “família de famílias” que tornam o sonho cada vez maior

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“Olhamos para o Soalheiro como uma pessoa. Temos de vos agradecer porque fazem acontecer essa pessoa”

No final da colheita de 2023, a marca Soalheiro lançou um extenso e profusamente ilustrado volume em homenagem aos protagonistas da manta de retalhos de pequenas parcelas que compõe o Clube de Viticultores do Soalheiro.

São quase 400 páginas que guardam a história do território, da região e de cerca de 120 dos 180 viticultores do clube, ilustradas com fotos de João Bernardino e Kitato (Luís Octávio Costa). Há ainda textos de Gonçalo Maia Marques, professor no Instituto Politécnico de Viana do Castelo, doutor em História pela Universidade do Porto e Cancelário-Mor da Confraria do vinho verde; e de Álvaro Domingues, Geógrafo e professor na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto que, como nos vem habituando, vai à raiz do tema, da sub-região e dos vinhos Alvarinhos de Monção e Melgaço, desde o tempo em que o Minho e a Galiza tinham campanhas para (re)conquistar o mundo através dos vinhos.

As fotos deste livro acompanham (cronologicamente) um ano do ciclo da vinha no território e dos viticultores que contam, em breves linhas, a história de como começaram a produção, a mudança de vida que proporcionou ou até perspetivas para si e para a região que os acolhe.

A Cerimónia de apresentação aos viticultores do clube e famílias decorreu na Casa da Cultura de Melgaço, onde foram deixadas palavras de gratidão aos “Rostos do Alvarinho” de Monção e Melgaço.

Palmira Cerdeira, professora do Ensino Básico em Melgaço e “mãe” do projecto Soalheiro desde 1974 – quando, ao lado de João António Cerdeira (que aqui foi recordado e aplaudido) ousou rasgar a paisagem de verde-milho com a primeira vinha contínua de Alvarinho – abriu a sessão com “emoção orgulho, alegria” e manifestou a paixão pelo Soalheiro”.

Com um “abraço de gratidão e carinho” aos que hoje toram cada vez maior projecto idealizado em 1974 e tomou forma de marca própria em Março de 1982, Palmira Cerdeira fortaleceu os ânimos com um “o sonho continua”.

“Uma das razões do nosso sucesso tem a ver com sermos pragmáticos. Não precisamos de andar a correr ao som de vontades. Temos um caminho que definimos e seguimo-lo. A primeira inovação do Soalheiro, na verdade, foi o meu pai, que teve a ideia de plantar a primeira vinha contínua onde só havia vinha de bordadura. E funcionou”, notou por sua vez António Luís Cerdeira, filho do fundador do sonho Soalheiro e um dos continuadores dos ânimos. A seguir.

“Olhamos para o Soalheiro como uma pessoa, por isso o Soalheiro é um nome. Melhoramos na gestão, na adega, na vinha, no enoturismo, nas infusões, na comunicação. Vamos melhorando, mas não estamos muito preocupados em colocar os nossos nomes no livro, porque nós queremos fazer acontecer todos os dias essa pessoa que é o Soalheiro. Temos de vos agradecer porque fazem acontecer essa pessoa, nessa estratégia, que é a vinha, o vinho, o território”, acrescentou ainda.

“Começamos com uma família, passamos a ser uma família de famílias. Acreditamos no Alvarinho, em Monção e Melgaço e temos só três objetivos: Qualidade, consistência inovação. Podem contar connosco para o futuro, na medida das nossas limitações, vamos tentar devolver de forma positiva as vossas expectativas. Passem a palavra de que Monção e Melgaço e o alvarinho está de saúde e recomenda-se”, reforçou António Luís Cerdeira.

O presidente da Câmara Municipal de Melgaço, Manoel Batista, marcou presença nesta homenagem às famílias que engrossam o sonho do Soalheiro, notando que a marca “Soalheiro confunde-se com a história da sub-região de Monção e Melgaço. Soalheiro é, porventura, um dos episódios mais importantes dessa história. Hoje é, sem dúvida nenhuma, um dos pivôs mais representativos em todo o mundo”.

Saído “da garagem para o mundo”, o edil nota que, “na restauração já nem pedem carta de vinhos, pedem Soalheiro. Parabéns pela dimensão extraordinária do projecto, a todos os que se associaram e esta grande família”.

Maria João Cerdeira, filha do sonho iniciado nos anos 70, indicou que a obra agora materializada “representa a proximidade com os produtores, o caminho que fizemos até aqui”, prometendo “continuar a valorização das vinhas e a particularidade de cada parcela”.

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