Depois de “Ainda Espero Que Me Escrevas”, Bruno Pereira espera também que Melgaço dê palco aos artistas locais nos eventos concelhios

Imagem do avatar


Publicidade

Fotos: JM/AVM (fundo do texto); FB de Bruno Pereira (cabeçalho)

O single lançado em finais de Março de 2024 – a canção e videoclipe de “Ainda Espero Que Me Escrevas” soma mais de quatro mil visualizações no Youtube e está disponível nas plataformas de streaming de música como o Spotify, Tidal e outros – consolidou a paixão pela música que o cantor e compositor Bruno Pereira sentia desde pequeno (ainda menino do coro), mas o artista natural de Melgaço diz que a iniciativa em prol dos artistas locais tem sido discutida… mas não sai do esboço.

A gerir a agenda de fim de Verão, com concertos acústicos em espaços locais e regionais, Bruno Pereira diz-se “grato” a todo o percurso que antecedeu o “inesquecível” momento em que tocou com António Zambujo o tema “Recanto do Alto Minho” no palco das festas do concelho, no Melgaço em Festa de 2019, mas reconhece que é preciso fazer mais pelos artistas locais.

“Poderia haver uma maior aposta nas pessoas da terra. A nível local, eu tive a possibilidade de participar em muitos eventos, até chegar àquele ponto [de tocar com A. Zambujo], tenho noção de que esse momento também aconteceu porque fui sempre mostrando que estava disponível para tudo. Lembro-me até de fazer mini-concertos, de tocar dez, quinze minutos em assinaturas de contratos, aparecia em tudo quanto era lado e estava sempre disposto, em prol da música. Por isso, esse ‘favor’ já ficou pago”, notou.

Lamenta que as conversações que houve em torno da necessidade de mais momentos em que os artistas locais pudessem atuar, no âmbito das festas concelhias ou outros, não tivessem saído do papel.

“As pessoas que organizam as coisas é que sabem melhor do que ninguém os recursos que têm ou a forma de os implementar, mas Melgaço tem e historicamente sempre teve” artistas locais capazes e em quantidade para ‘aguentar’ um espetáculo. Havia grupos, mesmo de baile, que tiveram grandes músicos, houve grandes bandas que até chegaram a gravar. Lembro, por exemplo, o Polaris. Para dar um nome, mas há muitos outros casos”, ressalva Bruno Pereira.

“Às vezes as pessoas perdem vontade de fazer coisas por isso mesmo, por não ter um certo apoio. Mas também, por outro lado, não sei quais são as regras do jogo. Eu tive as minhas oportunidades e estou agradecido por isso. Sempre as aproveitei. Só desejava que houvesse mais eventos e que as pessoas, principalmente os de cá, pudessem atuar e ter mais palcos. Claro que tinham de vir também os de fora, para encher o cartaz e para apelar a mais pessoas…Lembro-me de haver esse tipo de conversas, mas acabou por não acontecer. Oxalá aconteça no futuro”, observou.

“Melgaço tem muitos e bons músicos. Não é só quantidade, é qualidade. Da mesma forma que temos grandes vinhos”, notou. E a propósito, não é raro os dois mundos ‘casarem’ na perfeição, como recorda.

“A Festa do Espumante é um evento, em que participei nos últimos anos, à exceção da última edição (2023), e felizmente vi gente da terra ou com ligações à terra, e gostei muito. Adorei o espetáculo do Paulo e da Patrícia”, sublinhou.

Sobre o passo de consolidação do repertório artístico, o seu primeiro original, gravado nos BoomStudios [de Pedro Abrunhosa] com o Quarteto de Cordas Viana D’Arcus e arranjo de cordas de Rui Paiva, Bruno Pereira desafia os artistas locais a gravar. “Lanço esse desafio, de outros músicos também serem corajosos e darem esse passo. Certamente vai acontecer, eu acredito e que tenho informações de que sim”, avançou.

Total
0
Shares
Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Artigo Anterior

Roussas promove Trilho das Levadas e quer percurso na Rede Municipal de Trilhos, mas defende intervenção mínima na paisagem

Artigo Seguinte

Correções devidas (à esquerda e à direita) sobre as chamadas de primeira página das últimas edições impressas d’A Voz de Melgaço

Pode também ler

Estradas Nacionais 101 e 202 “estão esgotadas, o que nos favorece é que, atravessando a ponte do Peso, estamos a dez minutos da A52”

"Para aquilo que estamos a fazer do ponto de vista industrial em Melgaço e que está a ser preparado também em Monção, aquilo que é o nosso fluxo de trânsito via turismo e temos mais gente a chegar cá (...) esta estrada está completamente esgotada. É uma Estrada Municipal, já não é uma Estrada Nacional".
Imagem do avatar
Ler mais