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Foi em Famalicão que Luís Cerdeira ‘assentou praça’. O texto da referida revista, publicado na edição online no dia 31 de outubro de 2024 e assinado por Augusto Freitas de Sousa, “descobriu” que o membro da família Cerdeira “alugou uma quinta em Requião, Famalicão, à discreta família Manuel Gonçalves e que vai continuar a fazer o seu Alvarinho em Monção e Melgaço. “Génese” em Melgaço e “Almanua” em Famalicão”.
Na história da família e da marca Soalheiro, deixa 30 anos de envolvimento direto na produção, desde a vinha à adega, e quase 15 dedicados à revolução que tornou o Soalheiro um negócio de milhões. “A primeira vindima que fiz foi 1994 já 100% da minha responsabilidade. Para se perceber a evolução, em 2010 o Soalheiro faturava 500 mil euros e em 2023, 7,3 milhões”, conta António Luís Cerdeira àquela publicação.
Na extensa peça de fundo sobre a infância, vida académica e profissional, António Luís Cerdeira é questionado sobre as razões que motivaram a saída do negócio iniciado pelos pais e continuado pelos filhos.
“Faço a minha vida de ciclos. E neste momento o Soalheiro está saudável e tem uma equipa bem estruturada. Na verdade, fecha-se um ciclo porque quando não conseguimos expressar toda a nossa essência, devemos ter a frontalidade de perceber que é o nosso momento de ficar sozinho ou sair. Não foi possível ficar sozinho, saí”, sintetizou.
O filho, Manuel Cerdeira, acabou enologia em Inglaterra e acabou por antecipar “o que já estava à espera. Embora, a minha ideia já estivesse há três anos a ser trabalhada”, conta Luís Cerdeira à revista.
Manuel Cerdeira fez o curso na “zona dos espumantes emergentes em Brighton. O curso é extremamente prático. O meu filho conseguiu ter um curso que eu gostava de ter. E traz conhecimento também para a nossa relação”, diz ainda o filho pródigo da família Cerdeira, que agora veste a camisola da VineVinu, que designa a sua nova empresa.
Em Requião, o aluguer é por 25 anos, mas o projecto de pai e filho não se restringe apenas à nova quinta. Famalicão alarga apenas a abrangência de experimentação das duas gerações de alquimistas do vinho.
Mas não deixa a sub-região Monção e Melgaço enquanto terra-mãe dos alvarinhos. “Tenho um espaço que foi cedido por um produtor que tem uma adega e também uma parceria com vinhas, mas não é dos que fornecia o Soalheiro. E têm a característica de serem vinhas altas, acima dos 350 até aos 450 metros. Faço o vinho, eu e o Manuel, e trago-o para esta nossa casa atual”, adianta.
Há projectos para uma nova adega em Melgaço, a estabelecer em casa ligada à família da esposa, “com 6000 metros de terreno, onde, devagarinho, não será no próximo ano, queremos construir o nosso projeto da adega. Melgaço é a nossa origem”, reiterou àquele jornal.
Ao novo projecto, além de pai e filho, associa-se também Carolina Osório, que assumia até então a equipa de Enoturismo da Quinta de Soalheiro e que ajudará “em vários setores neste caminho”, entre eles, adivinhamos nós, o enoturismo, já que os novos ‘inquilinos’ da quinta de Requião querem explorar o potencial enoturístico da parcela.
A novidade acerca desta nova fase sai já com filhos no regaço: As duas referências indicadas no início deste texto têm a ver com os dois vinhos que António Luís e Manuel Cerdeira querem lançar entre o final de 2024 e o primeiro trimestre de 2025.
“Almanua é o vinho da descoberta, da criação e da inovação, elaborado em Requião, este novo espaço com marcada influência atlântica. Para este lote o Alvarinho está em blend com outras variedades autóctones, plantadas no mesmo local. ‘Génese’ é o nosso vinho de Monção e Melgaço, vindima 2024, 100% Alvarinho e de vinhas plantadas nos declives da montanha, em Melgaço”, avança o enólogo à revista. Lançamentos? “O de Requião em dezembro deste ano e o de Melgaço em março de 2025”.
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