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O valor material e imaterial das pesqueiras do rio Minho chamou a atenção dos CTT – Correios de Portugal que, em homenagem a esse património secular e aos pescadores, lançam agora uma coleção de selos personalizados composta por uma booklet de oito selos.
A apresentação acontecerá aquando da 3ª edição da “Festa dos Pescadores das Pesqueiras do Rio Minho”, no próximo sábado, dia 18 de maio. O evento, fechado ao público, marca o encerramento da época piscatória nos dois lados do Rio Minho e tem início previsto para as 10h30, junto ao acesso ao Rio Minho, na freguesia de Alvaredo.
A Festa, cujo intuito é mostrar a importância da atividade piscatória nas pesqueiras do Rio Minho, aos níveis económico, ecológico, social, patrimonial e cultural, assume-se como um marco de convívio entre os pescadores das pesqueiras do rio Minho, assim como das várias instituições/entidades com as quais mantém relações profissionais e/ou institucionais, sendo apenas aberta a este público. Esta iniciativa oferecerá aos participantes uma experiência associada à gastronomia, com produtos endógenos da região, e à descoberta das suas origens, onde os participantes terão a oportunidade de conhecer in loco as pesqueiras e a arte ancestral da pesca que aqui se faz.
A festa começa durante a manhã do dia 18, com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Melgaço, Manoel Batista e do Presidente da Junta de Freguesia de Alvaredo, Diogo Castro, assim como do Presidente da PESQUEIRAS – Associação dos Pescadores do Rio Minho, Venâncio Fernandes.
Haverá a tradicional caminhada pelo “Trilho dos Pescadores”, com explicação das artes da pesca, e lançamento de coleção de selos CTT alusivos às Pesqueiras do rio Minho, junto à Pesqueira Novas do Braço, com a presença de Lurdes Além, da Direção de Filatelia dos CTT.
No decurso do almoço convívio com música tradicional será apresentada ainda a música em homenagem ao rio Minho, pelo grupo de concertinas.
AS PESQUEIRAS DO RIO MINHO INTEGRAM O INVENTÁRIO NACIONAL DO PATRIMÓNIO IMATERIAL
As pesqueiras do Rio Minho constituem um bom exemplo da relação estabelecida entre o meio físico e o social, um marco histórico-cultural que comprova os usos e costumes de um povo, nomeadamente na arte de armar a pesca. Desde novembro de 2022, integram o Inventário Nacional do Património Imaterial.
A origem das suas construções perde-se na História: as primeiras referências documentadas são do séc. XI. Já eram utilizadas pelos romanos para a pesca daquela que é considerada uma das maiores iguarias do rio Minho: a lampreia. Testemunham saberes ancestrais na escolha dos melhores sítios para a sua implementação, na sua orientação em relação às correntes do rio, no processo de trabalhar a pedra e erguer os muros, na escolha das redes mais adequadas e, ainda, no sistema de partilha comunitária do seu uso.
Saiba-se que este rio internacional concentra, nas duas margens e apenas no troço de 37 quilómetros, entre Monção e Melgaço, cerca de 900 pesqueiras (das quais cerca de 350 estão ativas).