Cravinho ou Cravo-da-Índia


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Texto: Teresa Tábuas | Publicado na Ed. impressa de 01NOV2025 d' "A Voz de Melgaço"

O cravo-da-índia (Syzygium aromaticus) é uma es­peciaria que contém substâncias que oferecem diversos benefícios para a saúde, como por exemplo, aliviar dor de dente, combater o mau hálito e ajudar a prevenir problemas de saúde bucal. Essa história de que “é só morder um cravinho a dor passa” possui fundamento científico: o eugenol presente no cravo tem poderes analgésicos e anti sépticos naturais, e pode também atuar como um antibacteriano. Por isso, mastigar cra­vos vai libertar lentamente o eugenol e anestesiar dores de garganta e dores de dente, além de ajudar a combater o mau-hálito.

O composto principal do cravo, o eugenol, funciona como um anestésico natural, ajudando a reduzir dores de dente e gengiva. Já as propriedades antibacterianas do eugenol ajudam a combater as bactérias causadoras do mau hálito, deixando uma sensação de limpeza na boca.

O cravo-da-índia pode trazer vários benefícios para a saúde, já que pode ser usado no tratamento de in­feções e dor, além de melhorar a digestão, diminuir a tosse a ajudar a aumentar o desejo sexual.

Esses benefícios acontecem devido ao facto de o cravo-da-índia possuir propriedades antibacteriana, anti-inflamatória, expetorante, espasmódica e afrodi­síaca, além de ser rico em nutrientes, como vitamina A, vitamina E e betacarotenos.

O cravo-da-índia pode ser usado na sua forma na­tural para aromatizar comidas, como sopas, guisados e pães ou para preparar infusões, além de ser encontrado em forma de pó ou óleo essencial.

O uso medicinal da Syzygium aromaticum, é muito antigo. Há registos de seu consumo em 3.500 a.C. É uma especiaria que ofe­rece vários benefícios para a saúde e bem-estar. Uma das melhores maneiras de usufruir das suas proprieda­des medicinais é por meio do chá de cravo-da-índia. As gestantes não devem consumir a bebida, pois a mesma tem a capacidade de aumentar as contrações do útero. Não há provas científicas de que o cravinho facilite o parto, mas a sua utilização só deve ser feita com mo­deração e orientação médica durante a gravidez.

Apesar do nome, o cravo-da-índia surgiu nas Ilhas Molucas, na Indonésia. A parte da planta que é utiliza­da como remédio alternativo e na culinária é o botão da flor seca, que, pela semelhança, também originou na especiaria a outra metade do nome: cravo que vem do termo francês clou, que significa “prego”.

O cravinho foi uma especiaria muito impor­tante nos descobrimen­tos, pois a sua procura na Europa motivou as viagens marítimas para a Ásia, especialmente para as Ilhas Molucas, a sua origem. Os portugueses foram os primeiros euro­peus a chegar às ilhas produtoras e a dominar o co­mércio no século XVI, tornando o cravinho numa mer­cadoria valiosa que ajudou a financiar as explorações. A intensa procura por especiarias como o cravinho na Europa, que atingia valores elevados (um quilo de cra­vinho podia valer tanto quanto sete gramas de ouro no século XVI), tornou as rotas comerciais para o Oriente muito lucrativas.

Os portugueses estabeleceram rotas comerciais para as Ilhas Molucas (conhecidas como “Ilhas das Especiarias”) , mas mais tarde o controlo do comércio do cravinho foi passado para os holandeses, que também procuraram controlar a produção e o co­mércio dessa especiaria.

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