Roussas promove Trilho das Levadas e quer percurso na Rede Municipal de Trilhos, mas defende intervenção mínima na paisagem

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A Junta de Freguesia de Vila e Roussas promoveu, em Agosto, uma caminhada inaugural (ou de reconhecimento) pelas levadas que ainda hoje transportam a água das nascentes da zona de montanha para os terrenos de regadio no centro da freguesia de Roussas e limítrofes.

Na primeira incursão organizada ao Trilho circular das Levadas do Ranhadouro e da Candosa participaram caminhantes da Vila, Roussas, São Paio, assim como o vice-presidente da Câmara Municipal de Melgaço, José Adriano Lima, enquanto entusiasta dos desportos de natureza e em jeito de primeira análise a este percurso que se pretende integrar a rede municipal de trilhos já implementada.

São cerca de 6 quilómetros de incursão pela montanha com um desnível positivo de 219 metros e uma elevação máxima de 591 metros. O grupo de caminhantes era composto por várias faixas etárias, contudo, uma caminhada tranquila, com paragem em alguns pontos de observação da paisagem e momentos de explicação breve sobre a levada transformam esta subida (e consequente descida) de dificuldade moderada num passeio de 2h20 minutos ou 2h30, sem traduzir sinais de cansaço visível nos caminhantes.

Os interessados em descobrir e acompanhar as levadas até ao ponto de partida poderá digitalizar o QR Code, que encaminhará para a gravação da trilha no mapa feita nesse dia através da aplicação Wikiloc, mas ainda há trabalho a fazer antes de inserir o trajeto na rede municipal de trilhos, como observam Fernando Pereira, da U.F. de Vila e Roussas e o vice-presidente da Câmara Municipal de Melgaço.

Para já, os objetivos: “Primeiro, proteger o património da freguesia, as levadas, que tem vários séculos. Depois, ao limpar o terreno, estamos a ajudar os agricultores, e é uma forma de atrair turismo”, começa por explicar Fernando Pereira.

“A nossa ideia é sinalizar o trilho, intervir o mínimo possível. Os pontilhões já existiam, fizemos uma pequena intervenção para dar mais segurança, mas quanto menos intervenção houver no território, melhor. Nada de passadiços, queremos que seja o mais natural possível. As pessoas têm de se habituar, quando vêm para o monte é para andar no monte, não em passadiços. A [despesa] de manutenção dos passadiços também é maior”, nota o representante da Junta e promotor destes percursos pelo património menos comum ou explorado localmente.


“Neste mandato e no mandato anterior, temos tentado ajudar todas as juntas de regantes da freguesia, tanto a nível de fornecimento de tubagens, com algumas limpezas. Na Levada do Ranhadouro creio que já é o segundo ano que somos nós (Junta) a limpar. É uma forma de ajudar e também recuperar este património. Fazer os trilhos por aqui é uma forma de dar a conhecer a freguesia, o património que temos e acho que é um exemplo que se deve alargar a outras freguesias, porque temos levadas muito bonitas no concelho”, propõe ainda Fernando Pereira

As levadas que ladeiam o passeio do caminhante nesta subida e regresso ao centro de Roussas, junto à igreja de Sta. Marinha, sobem até Vila do Conde, perto de Fiães, de onde a água corre até aos campos da ‘ribeira’.

“Já conhecia muitos destes caminhos, porque pratiquei BTT muitos anos, mas é diferente, passei certamente por alguns sítios que não tinha passado, nomeadamente ao acompanhar tudo o que era a levada existente”, regista José Adriano Lima, que promete olhar atento da autarquia para eventual integração deste trajeto na rede municipal já instituída.

“A rede [municipal de trilhos] foi inaugurada, foi lançada com 16 percursos, à volta de 170km de distância ao todo. Temos já alguns desafios para tentar incorporar novos percursos e certamente é o que vai acontecer no futuro. Temos de perceber que condições temos para o efeito e fazer a devida integração, porque não é só limpar e abrir um caminho, é importante que ele tenha algumas características que permitam às pessoas circular com o mínimo de segurança”, notou.

José Adriano Lima defende também uma intervenção não invasiva no património natural, mas salvaguarda a necessidade de pequenos apontamentos fundamentais às condições de circulação e sinalização dos trajetos.

“Estamos a caminhar em área florestal, mas em todo o caso temos de manter o mínimo de condições e sinalética. É muito importante que estejam devidamente sinalizados. É uma rede, portanto, todos os percursos funcionam de forma integrada. Naturalmente, ao se acrescentarem novos percursos, tem que ter esse cuidado”.

José Adriano Lima, vice-Pres. CM Melgaço

“Estamos a caminhar em área florestal, mas em todo o caso temos de manter o mínimo de condições e sinalética. É muito importante que estejam devidamente sinalizados. É uma rede, portanto, todos os percursos funcionam de forma integrada. Naturalmente, ao se acrescentarem novos percursos, tem que ter esse cuidado”, frisou.

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