A Coligação AD (PSD/CDS-PP) segurou, na noite de ontem, a liderança do executivo autárquico e também o segundo grade troféu destas autárquicas em Melgaço.
A candidatura à Assembleia Municipal estava composta de nomes bem conhecidos da comunidade melgacense e, nos primeiros lugares, dois nomes reconhecidos em diferentes áreas.
Manuel Fernandes, que segurou a bandeira social-democrata em Melgaço em várias eleições – nem se se coibiu de manifestar o seu desagrado com representantes do partido, como aconteceu quando se incompatibilizou com o Governo porque o então Secretário de Estado Adjunto do Ministério da Saúde, Fernando Leal da Costa, não cumpriu a promessa de abertura da Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Melgaço, em 2015 – era o nome à cabeça desta lista agora eleita.
O segundo nome da AD tem também provas dadas em Melgaço, no país e no mundo: Anselmo Mendes, o ‘senhor Alvarinho’, traz a sua experiência também para a política, num território onde tem parte do seu império do mundo dos vinhos.
O PS tinha, por sua vez, um ativo de referência no partido, a nível local e nacional: Rui Solheiro era o rosto do bastião socialista em Melgaço, concelho que liderou durante mais de três décadas e legou a Manoel Batista, em 2013. Respeitado entre os pares, de reconhecido pulso em defesa dos territórios, José Luís Carneiro, Secretário-Geral do PS, é um dos que o reconhece Rui Solheiro como “exemplo” de liderança autárquica, como admitiu na ação de campanha do PS Melgaço em que esteve presente.
Contudo, Melgaço era a ‘aldeia gaulesa’ do PS: Monção e Arcos de Valdevez vinham reforçando a presença da direita (com o PSD ou em coligação) e foram fechando o cerco ao mapa rosa melgacense. Ainda que a liderança da AD no Governo central possa ter influenciado as votações, o sufrágio de ontem foi o derradeiro assalto à muralha socialista em Melgaço, também na Assembleia Municipal.

8 das 13 Freguesias e Uniões de Freguesia de Melgaço deram o seu voto de confiança à lista da AD para a Assembleia Municipal, que se traduz em 2.637 votos – mais 401 votos que a lista do PS – e a conquista de 8 mandatos.
A lista do PS, liderada por Rui Solheiro seguiu-lhe o encalço com 2.236 votos e conquista 7 mandatos.
O PCP-PEV teve 61 votos, não conquista qualquer mandato, mas há margem expressiva dos votos em branco e nulos a considerar: 111 brancos e 104 nulos, que não adicionaram expressão política aos partidos na corrida autárquica.