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O filme “Filhos do vosso amor” (Children of Your Love), realizado por Rui Pedro Lamy e com produção do Ethno e do Projecto Raízes, sobre a vida dos brandeiros da Gave no passado e na atualidade, é um dos candidatos ao Prémio Jean-Loup Passek e ao Prémio D. Quixote, nas categorias de Melhor Curta ou Média-Metragem e Melhor Documentário Português do MDOC – Festival Internacional de Documentário de Melgaço 2025.
Após a sua primeira exibição no auditório da Casa da Cultura de Melgaço, em maio deste ano, o público e a equipa de produção pediam outros visionamentos para o filme documental, que falou diretamente “ao coração” daqueles que viveram neste contexto, dos que o conhecem e dos que lhe reconhecem potencial enquanto património imaterial das comunidades de montanha.
O MDOC 2025 apresenta-o novamente à comunidade local, aos cinéfilos que visitam Melgaço por altura do festival e à apreciação do júri, no dia 29 de julho, pelas 15 horas, no mesmo auditório onde foi aclamado a 10 de maio – mas agora enquanto filme integrante da seleção oficial e forte candidato ao prémio que ostenta o nome do mecenas que doou o seu espólio a Melgaço, e também ao Prémio D. Quixote, atribuído pela IFFS – Federação Internacional de Cineclubes.
Na estreia absoluta do filme, em maio, Rui Pedro Lamy – realizador e produtor português que desde 2007 tem vindo a desenvolver projetos ligados à arqueologia, à história e à etnografia, no âmbito do projeto ETHNO – notava a este jornal a vontade e urgência que há em guardar estas memórias: “Tenho-me concentrado nessa parte, em histórias que muitas pessoas têm para contar, na etnografia de salvaguarda, ou seja, de tentar registar coisas que, se não formos agora fazer o registo, as pessoas que nos podem contar esses saberes e mostrar essas artes podem já não estar cá.”
O filme documental, gravado na freguesia da Gave com pessoas que vivem e trabalham na freguesia e conhecedoras da vida na branda de ontem e de hoje, caprichou na fotografia e na mensagem, pela capacidade de “estar receptivo ao coração das pessoas”.
“Senti que as pessoas tinham muita vontade de contar e de mostrar estas artes. De certa forma, é contar a história da região. Se nós estivermos receptivos a isso, se criarmos uma sinergia em que conseguimos não estar com ideias fixas, saber ouvir e saber receber essa informação que têm para dar, as coisas tornam-se mais fluídas”, analisa o realizador.
“O ‘Filhos do Vosso Amor’ acaba por ser um grande amor que esta gente tem a este território. Foi geração atrás de geração a dedicar esse amor, por isso é que o filme tem esse nome”, explica ainda Rui Pedro Lamy.
O filme, que será apresentado já no dia 29 de julho – e no dia 2 de agosto, pelas 22 horas, no âmbito do programa do Dia do Brandeiro – será já a versão final e oficial. A concretização de um trabalho realizado com orçamento limitado, disponibilidade reduzida dos promotores do Projecto Raízes, mas que faz o realizador sentir missão cumprida. Os aplausos da primeira exibição fortaleceram essa sensação.
“Mal montei o filme, tive a sensação de dever cumprido. Vi a casa cheia, as pessoas a aplaudir durante o filme, depois as conversas que tivemos no fim… Acho que é ótimo. O que mais me deixa feliz é isso: é um projeto que fizemos todos em conjunto, e ser assim bem recebido pelas pessoas, que se identificaram, riram, saíram felizes… Só por isso, missão cumprida”, conclui Rui Pedro Lamy.