Fumeiro de Melgaço no seu melhor momento. Mel mantém qualidade, mas poucas amostras

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Um painel de especialistas, profissionais do sector da alimentação e entusiastas da gastronomia local constituiu o júri do concurso do presunto, salpicão, broa e mel de Melgaço, que decorreu no primeiro dia da Festa do Alvarinho e do Fumeiro, realizada de 25 a 27 de Abril.
“A Voz de Melgaço” esteve à conversa com o representante de cada uma das mesas do júri, num ano em que o presunto e o salpicão aumentaram significativamente o número de produtores a concurso e a inerente presença em stand, no âmbito da mostra de produtos locais que o evento proporcionou.

Presunto: Para Carlos Fernandes, qualidade melhorou e recomenda maior aposta no porco Bísaro

Carlos Fernandes, coordenador da Licenciatura em Gastronomia e Artes Culinárias do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), integrou o júri do presunto.

“Melgaço tem uma grande tradição no presunto. Venho cá há 20 anos, já passei por todos os júris, nos últimos anos tenho estado mais ligado ao do presunto. Este ano tivemos seis produtos a concurso, todos de muito boa qualidade, o que tornou a deliberação mais demorada”, referiu.

Segundo o docente, cada amostra apresentava qualidades distintas — umas destacavam-se pelo sabor, outras pelo aroma ou pela textura. “Foi preciso avaliar item a item com muito rigor. A consistência da qualidade tem sido notável”, sublinhou, valorizando também a entrada de novos produtores no concurso.

Mas é na matéria-prima que Carlos Fernandes vê o segredo do sucesso: o porco bísaro. “É a raça mais característica da região. A carne tem mais gordura, mais textura, o que exige mais tempo, mais trabalho e mais custos. Mas depois nota-se na qualidade do presunto”, afirmou, acrescentando que essa diferença é comparável à de “um frango de aviário e um frango caseiro”.

“Não se pode fazer um arroz de cabidela com frango de aviário. Com o presunto é igual: podia fazer-se mais barato, sim, mas não teria a mesma identidade. O turista que vem a Melgaço sabe reconhecer qualidade e não se importa de pagar mais por ela”, defendeu.
Nesse sentido, deixou um alerta: “Não podemos aldrabar o consumidor. O cliente é fiel, mas se perceber que está a ser enganado, vira costas e nunca mais volta”.

(…)

Salpicão: “Nota-se um aperfeiçoamento técnico e até uma certa ‘chieira’ na forma como apresentam os produtos”, diz Carlos Brandão

Carlos Brandão, coordenador da ADRIMINHO e membro do júri do salpicão, considera que o aumento de participações veio acompanhado de uma clara melhoria na qualidade dos produtos.

“Tivemos seis amostras a concurso, todas com bastante qualidade. Notou-se uma evolução significativa face ao ano passado. Alguns produtos apresentavam já o marmoreado típico do salpicão de Melgaço, o que é um bom sinal”, afirmou.

Participante no concurso há três anos, Carlos Brandão destacou também a melhoria nas técnicas de produção e apresentação. “Nota-se um aperfeiçoamento técnico e até uma certa ‘chieira’ na forma como os produtores apresentam os seus produtos.”

Um sinal particularmente positivo foi também o regresso de alguns produtores que já não concorriam há algum tempo. “Só percebi depois da prova cega, mas houve regressos — e isso mostra que não desistiram.”

Leia o texto completo na edição impressa de Maio do jornal “A Voz de Melgaço”

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