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No descer do pano da 10ª edição, o MDOC – Festival Internacional de Documentário de Melgaço, reconheceu à narrativa ao estilo diário, da realizadora iraniana Farahnaz Sharifi, o Prémio Jean-Loup Passek para “Melhor longa-metragem internacional”.
“My Stolen Planet”, documentário em que a própria resgata memórias que são parte da sua história pessoal, é o grande vencedor da noite na categoria generalista. Forçada a migrar para o seu planeta privado para conseguir ser livre, Sharifi compra as memórias de outras pessoas em forma de filmes super 8mm, grava e arquiva as suas próprias narrativas, para criar uma história alternativa do Irão e do seu regime opressivo.
A cerimónia da entrega dos Prémios Jean-Loup Passek, decorreu hoje, dia 4, às 20 horas, no auditório da Casa da Cultura de Melgaço, onde foram anunciados os vencedores das várias categorias, nacionais e estrangeiras.
“Tão pequeninas, tinham o ar de serem já crescidas”, de Tânia Dinis, foi o grande vencedor ‘dentro de portas’, enquanto “Melhor documentário português”. O filme combina o tratamento ficcional e documental, parte do arquivo fotográfico e de imagens reais e do testemunho oral de várias mulheres, provenientes das regiões de Trás-os-Montes, Beira, Alto e Baixo Minho que, entre os anos 40 e 70 do século 20, foram para a cidade do Porto trabalhar como criadas de servir.
Ainda no âmbito nacional, “A Savana e a Montanha”, a terceira longa-metragem de Paulo Carneiro, que teve estreia nacional no MDOC – e que ainda pode assistir hoje, às 22 horas, no recinto da torre de Menagem – mereceu Menção Especial do júri do MDOC 2024.
O filme esteve na Quinzena dos Cineastas, mostra paralela do Festival de Cannes 2024 e retrata a luta dos habitantes de Covas de Barroso (concelho de Boticas) contra uma multinacional britânica – Savannah Ressources – que pretende construir a maior mina de lítio a céu aberto.
Prestes a encerrar a sua 10ª edição, o MDOC trouxe à vila raiana de Melgaço 22 estreias nacionais e 31 filmes na seleção oficial, com abordagens temáticas tão diversas como atuais que nos obrigam a refletir sobre a questão palestiniana, os direitos humanos, as migrações, o colonialismo, o ambiente e as questões de género.