‘Para Castro, e em força!’ Festa C(r)asteja com programação culturalmente forte nos dias 14 e 15 de agosto

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O centenário Concurso Tradicional do Cão de Castro Laboreiro marcava, a cada 15 de agosto, um momento importante para a comunidade castreja. Nesse evento se validavam os melhores exemplares da raça e se promovia a sua divulgação para além do seu solar.

Com a integração do momento na programação festiva de verão do concelho, no âmbito do Melgaço em Festa, outras iniciativas foram-se associando e gerando mais do que um momento de comemoração. Na edição de 2025, os momentos de festa iniciaram-se ontem (dia 13), pelas 18 horas, com Porto de Honra e Roscón e, pelas 22 horas, com baile tradicional no Centro Cívico.

O cancelamento da Caminhada pelas Brandas e Inverneiras de Castro Laboreiro, marcada para hoje (dia 14), devido à situação de alerta decretada pelo Governo face ao agravamento das condições meteorológicas e ao risco muito elevado de incêndios rurais, que implica a proibição de acesso a espaços florestais e caminhos rurais (conforme estabelecido pelos Planos Municipais de Defesa da Floresta contra Incêndios), não esmorece o ânimo nas restantes iniciativas agendadas para a tarde e noite que se seguem.

A partir das 14 horas, há jogos populares no Espaço de Lazer das Veigas e à noite, às 22 horas, começa a Jornada Cultural de 2025, a ter lugar no Centro Cívico de Castro Laboreiro.

A jornada conta com a apresentação do livro Marquesa – Minha vida de cadela, um romance da autoria de Carlos Gomes, natural de Castro Laboreiro, emigrante em França, sobre a Marquesa, uma cadela que foi sua companhia na infância.

Carlos Gomes (o autor) e a capa do romance “Marquesa”

Sinopse:
“Marquesa era uma cadela excecional, foi a minha maior amiga de todos os dias, até que o destino nos separou. Para ela, como para mim, a nossa separação foi uma tragédia. Vivi cinquenta anos com a lembrança dela no meu coração e na minha mente. Sei que é impossível esquecer. Então, para vos falar dela com precisão, dou-lhe a palavra, para ela poder contar-vos a sua própria história.”

Carlos Gomes é ainda autor do livro Ribeiro, de que só existe publicação em francês, mas com a edição em português em preparação.

Carlos Pontes, fotógrafo da natureza (Foto: redes sociais)

Carlos Pontes, fotógrafo da natureza – entrevistado pelo jornal A Voz de Melgaço em 2018 (imagem abaixo) – será o orador da temática “Preservar e valorizar a biodiversidade do Parque Nacional da Peneda-Gerês”. Como contou a este jornal, foi o lobo que o “empurrou” para a compra da primeira máquina fotográfica.

“A minha infância não se fez de histórias como a do Capuchinho Vermelho, já via os lobos desde pequeno. Um dia, um lobo em particular e uma história triste levaram-me a estudá-lo com afinco e a observar este magnífico animal no terreno”, relatava à altura. Entretanto, somou muitas mais histórias, que podem ser ouvidas hoje à noite.

João Fonte, arqueólogo, investigador pós-doutorando na Universidade de Exeter (Reino Unido) e membro do coletivo de investigadores romanarmy.eu, volta à serra para falar sobre “A presença militar romana na Serra do Laboreiro”.

O arqueólogo esteve, nos últimos anos, a estudar esta presença romana no território e, em 2020, fez uma primeira incursão no planalto castrejo, com estudo arqueológico do local. Foi na Lomba do Mouro (Portela do Pau), no planalto de Castro Laboreiro, que recolheu dados que lhe permitem dar respostas às perguntas colocadas ao longo da investigação.

O projeto Finisterrae, liderado pelo arqueólogo e financiado pela Comissão Europeia, através de uma bolsa de investigação do Fundo Marie Curie, pretende responder à questão: terá o amuralhado de 25 hectares existente na Lomba do Mouro sido acampamento temporário para os soldados de Décimo Júnio Bruto, no século I antes de Cristo? A jornada de hoje poderá dar respostas mais concretas.

O professor e cofundador do Núcleo de Estudos e Pesquisa dos Montes Laboreiros, Américo Rodrigues, Cidadão de Mérito do concelho de Melgaço desde janeiro de 2025, é o orador que se segue, com “A monumentalização do Cão de Castro Laboreiro”.

A jornada cultural termina com música que tem pegada local no tom, a propósito da apresentação do CD do grupo “Bocas Negras”, com Alberto Pires e Mathieu Pires (pai e filho) na concertina e José Rodrigues nas castanholas. A gravação, mistura e masterização, feita por Emiliano Toste, pretende guardar o registo da música tradicional de Castro Laboreiro. Há várias músicas guardadas nas 14 faixas do disco, algumas delas exclusivas da população castreja.

Amanhã, sexta-feira (15 de agosto), o dia começa com Alvarinho de honra, pelas 10 horas.
O Concurso do Cão de Castro Laboreiro decorre a partir das 14h30 e a Boda C(r)asteja logo a seguir, pelas 16 horas.

A música tradicional ocupará toda a tarde festiva, com a atuação dos grupos de folclore a partir das 16h30. Sobem ao palco o Grupo Folclórico Amizades do Alto Minho de Messy, o Grupo Etnográfico da Casa do Povo de Melgaço, o Grupo de Danças e Tradições de Castro Laboreiro e o grupo Gentes e Danças do Ribeiro.
À noite, a programação conta com a atuação de “Mike da Gaita” pelas 22 horas e, a seguir, a partir das 23h30, baile popular no Centro Cívico.

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