Trilho do Mouro: Uma idílica forma de visitar as freguesias de montanha e o vale de um rio que nasce em Melgaço, em 18 quilómetros de natureza

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O trilho do Mouro teve um investimento de cerca de 300 mil euros (apoiado por fundos comunitários no âmbito do FEDER/Norte 2020 na ordem dos 170 mil euros) e permite circular ao longo do vale do Rio Mouro, atravessando as aldeias de Cousso, Gave e Parada do Monte, num total de 18,4 quilómetros.


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A Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, inaugurou, no final de Junho, o percurso do Trilho do Mouro e a Zona de Lazer das Veigas, em Castro Laboreiro. Os projetos representaram um investimento de cerca de 500 mil euros e são uma aposta do município para afirmar Melgaço enquanto destino turístico. 

A inauguração do Trilho do Mouro conclui o projeto da Rede de Trilhos Pedestres e Cicláveis de Melgaço, totalizando assim 16 trilhos visitáveis e que representam cerca de 170 quilómetros de vias pedestres recuperadas com especial vocação para o turismo de natureza.

No caso deste último, o trilho do Mouro teve um investimento de cerca de 300 mil euros (apoiado por fundos comunitários no âmbito do FEDER/Norte 2020 na ordem dos 170 mil euros) e permite circular ao longo do vale do Rio Mouro, atravessando as aldeias de Cousso, Gave e Parada do Monte, num total de 18,4 quilómetros. 

Os 16 trilhos agora concluídos percorrem todas as freguesias, sobretudo as zonas altas onde predominam as nascentes de vários rios e ribeiras pertencentes, principalmente, à bacia hidrográfica do rio Minho, destacando-se aqui os rios Trancoso, Mouro e também o Laboreiro, que desagua no Rio Lima. A Rede assume-se enquanto itinerário principal a partir do qual surgem ramificações que permitem aos utilizadores fazer desvios e assim conhecer todo o património cultural e natural que se desenvolve em redor. Contempla ainda ligações à vizinha Galiza, tanto na zona ribeirinha, no vale do rio Minho e vale do rio Trancoso, mas também na zona de montanha, concretamente em Castro Laboreiro, na fronteira da ameijoeira e no planalto de Castro Laboreiro.

No total, o investimento na Rede de Trilhos superou um milhão de euros e, além do investimento do município, contou com cofinanciamentos do FEDER, FEADER e VALORIZAR – Turismo de Portugal. 

Manoel Batista recordou, em sessão oficial de abertura, a necessidade de estruturar e levar a efeito o Trilho do Mouro, “tão reivindicado pelos presidentes da Junta de Gave, Parada do Monte e Cousso. E quanto não chatearam, por não considerar um trilho nas suas freguesias”, notou.

No âmbito destas intervenções foram também melhorados pontos do acesso ao Castelo de Castro Laboreiro, um “espaço de grande visitação no território”. É agora “mais fácil lá chegar, mas sobretudo mais seguro, na subida e descida do castelo”, considerou o edil.

Foi ainda requalificada a ponte antiga de Castro Laboreiro e o espaço de Lazer das Veigas e a antiga Casa da Floresta, propriedade do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) “concedida ao município há muito tempo” e agora revista para que a nova utilidade do edifício possa funcionar.

A intervenção na zona de lazer das Veigas, em Castro Laboreiro, funcionará como complemento no alojamento de apoio à rede de percursos pedestres e cicláveis. Encerrado há alguns anos e em estado de degradação, a autarquia dotou as instalações para um novo uso, mais compatível com a localização e que permitisse dignificar a área em questão. 

O investimento foi na ordem dos 199,6 mil euros, financiado no âmbito do projeto/referência “Op. NORTE-06-3928-FEDER-000187” com 85% de cofinanciamento.

Na sessão, Manoel Batista destacou os números do momento, que davam nota de Melgaço enquanto destino com “melhor taxa de ocupação turística do Alto Minho”, o que instava a que a estratégia para o turismo estruturada em 2017 fosse revisitada para que sejam redefinidos “objetivos mais amplos e ambiciosos para o território”.

No rol de projectos de impulso ao alojamento e dinâmica turística, Manoel Batista sublinhou o papel que os projectos do Grande Hotel do Peso (em curso), os parques de campismo de Lamas de Mouro e do Peso, assim como as casas de fronteira de São Gregório – em vias de “abrir concurso que permita a requalificação e que alguém do ponto de vista empresarial agarre neste património e faça oferta qualificada” – terão no futuro.

O edil lançou o desafio aos privados ma missão de “mais qualidade e ambição de excelência”. “Na restauração, o cuidado na qualidade, na forma como apresentamos as nossas salas, como apresentamos a nossa cozinha, como servimos à mesa, como apresentamos o território quando chegamos aos restaurantes e a qualidade vínica quando chegamos ao território”, observou.

Também às juntas de Freguesias e gestões de baldios, com quem, no ano transacto a autarquia e o Governo firmaram um protocolo que implica “repartição das responsabilidades” na qualidade de circulação na rede de trilhos, comprometendo-se as entidades responsáveis pelo baldio e caminhos em todas as freguesias em garantir que a rede esteja “permanente limpa, imaculada”.

Isabel Ferreira congratulou o programa que permitiu “conhecer mais um lugar fantástico do nosso interior” e aproveitou para referir a oportunidade do programa Interior+, coma candidaturas abertas para entidades públicas.

Ainda no âmbito da conectividade digital, a Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional indicou estar prestes a avançar um concurso internacional que visa garantir a cobertura de rede “integral, que abrangerá de todas as casas, todas as empresas, todos os terrenos agrícolas”.

“Quando começamos a fazer este trabalho, há dois anos, não havia sequer conhecimento das zonas em que era preciso intervir, não havia legislação que obrigasse os operadores a partilhar informação connosco. Tivemos de fazer todo esse trabalho, o Governo incumbiu a ANACOM de o fazer e estamos agora em condições de abrir este concurso. Inclusivamente, temos já as fontes de financiamento de que precisamos”, avançou a representante do Governo.

A intervenção à dimensão nacional representa um investimento de cerca de 300 milhões de euros , comparticipados em 50% pelo Governo, o restante via investimento privado.

Lista de Trilhos, ponto de partida e extensão do percurso em quilómetros:

1 – Lamas de Mouro – Cevide [partida: Lamas de Mouro | 15,825km] 
2 – Lamas de Mouro – Castro Laboreiro [partida: Lamas de Mouro | 6,494km]
3 – Castrejo [partida: Castro Laboreiro | 16,712km] 
4 – Interpretativo de Castro Laboreiro [partida: Castro Laboreiro | 5,243km] 
5 – Megalitismo [partida: Castro Laboreiro | 25,671km] 
6 – Rio Laboreiro [partida: Castro Laboreiro | 8,076km] 
7 – Inverneiras [partida: Castro Laboreiro | 6,020km]
8 – Lamas de Mouro – Dorna [partida: Lamas de Mouro | 11,868km]
9 – Interpretativo de Lamas de Mouro [partida: Lamas de Mouro | 4,403km] 
10 – Lamas de Mouro – Parada do Monte [partida: Lamas de Mouro | 9,349] 
11 – Rio Mouro (partida: Cousso | 18,368km] 
12 – Brandeiro [partida: Aveleira | 16,182km] 
13 – Vale Glaciar do Vez [partida: Aveleira | 4,297km] 
14 – Aveleira [partida: Aveleira | 6,129km] 
15 – Curro da Velha [partida: Castro Laboreiro | 7,279km] 
16 – Transumância [partida: Aveleira | 10,300km]

Texto publicado na edição impressa do jornal "A Voz de Melgaço"
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