Barão do Hospital apresentou a Reserva que promete “trazer para dentro da garrafa o terroir” do Alvarinho

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“O vinho tem o seu tempo. Para mim, um vinho é aquele que se prova e se está a sentir o local”


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A aposta da filial de vinhos em Portugal do Grupo Roullier (a Falua, já com experiência de décadas na produção de vinhos no centro do país) na sub-região de Monção e Melgaço não poderia ter começado em período mais desafiante. Em 2020 compravam uma adega no centro de monção e em 2021 a sua primeira vinha, quando o mundo temia a pandemia Covid-19.

“Lançamos o projecto em pleno período Covid-19, quando íamos lançar os vinhos. Foi mais um desafio, mas acabamos por arrancar na mesma e tem sido um sucesso, porque temos tido um reconhecimento muito interessante”, diz Antonina Barbosa, enóloga e directora-geral, representante do projecto Falua, no momento da apresentação do Barão do Hospital Reserva, um Alvarinho nascido e criado na Quinta do Hospital, um dos melhores postais da sub-região, localizada em Ceivães (Monção) que quer dar novas notas de sabor ao conceito de terroir.

Mesmo com o mundo a braços com a sua pior doença, a terra continuou inabalável a alimentar o seu nobre fruto e saiu dos dez hectares de vinha alvarinha (e do método de vinificação) aquele que foi considerado por João Paulo Martins, jornalista especializado na área dos vinhos, o Barão do Hospital de 2021 como “o melhor Alvarinho de Monção e Melgaço”.

“A segunda edição de um Alvarinho que acaba por ser eleito como o melhor, para nos é espectacular. Não está tudo feito, mas estamos no bom caminho”, nota a representante do projecto, que em Monção está a ‘jogar em casa’.

No final de Março, a marca apresentou o Barão do Hospital Reserva, um monocasta alvarinho em que “50% do lote fermenta e estagia durante um ano sobre borras em barricas de 500 litros de carvalho francês. É cinquenta por cento porque depois adicionamos o outro, com as outras características do terroir. Isto permite-nos ter o melhor de dois mundos: a complexidade de um lado, a autenticidade do outro”, explica Antonina Barbosa.

“Acreditamos que o vinho tem o seu tempo. Entramos num patamar onde acreditamos que podemos mostrar os vinhos de terroir. Não quisemos começar no patamar dos vinhos de entrada, que tem o seu mercado. Para mim, um vinho é aquele que se prova e se está a sentir o local”, nota ainda a enóloga, que quer “trazer para dentro da garrafa o terroir dos vinhos”.

A diferença vale também para os outros perfis já lançados no mercado, como o Barão do Hospital Alvarinho tradicional, de 2021, em que só dez a quinze por cento do lote passa em barricas usadas, “mas a madeira quase não se sente”; ou o Barão do Hospital Loureiro, que é a súmula de uma viagem pela região dos Vinhos Verdes. Resulta de parcelas situadas no Vale do Lima, onde vai buscar a tipicidade da casta, a Esposende vai buscar salinidade e acidez e a Valença, onde ganha complexidade e robustez.

Mas, dentro de portas (da sub-região) o projecto ainda vai crescer, no mínimo, para o dobro, tornando produtivos 20 dos 25 hectares que compõe a quinta em Ceivães.

“O nosso investimento aqui na região vai muito além disto. Começamos com o investimento na quinta tal como está, já fizemos um investimento grande na viticultura, na parte que está implantada, mas vamos continuar a fazer mais. Está planeado no início de 2024 implantarmos mais 10 hectares de vinha alvarinha, que nos vai dar impulso nacional e internacional. E sabemos que vai ser uma marca de referência nos vinhos portugueses”, sentencia Antonina Barbosa.

A génese do projecto da Falua para a sub-região continuarão a ser os alvarinhos, levados na sua maioria para o mercado internacional. Contudo, para os apreciadores de vinho e da gastronomia local, em alguns restaurantes de Melgaço e Monção poderá encnotrar os perfis lançados do Barão do Hospital.

“Estamos presentes em mais de 25 países, mais de 85% dos nossos vinhos vão para mercados externos, de Angola aos países nórdicos, temos seis pessoas a trabalhar no mercado de exportação. O mercado nacional é muito importante porque temos de fazer marca e temos de ser reconhecidos nacionalmente, que é o ponto de partida para qualquer internacionalização, mas acreditamos que é lá fora [que está o core]. Temos vinhos em restaurantes de Melgaço e temos conseguido entrar no mercado local, mas não é fácil. É muito mais difícil colocar produto na restauração local do que fora daqui. E temos conseguido fazer um trabalho interessante”, notou a representante.

A Casa hospitaleira que dava apoio aos peregrinos de Santiago

A Quinta do Hospital desenha-se numa propriedade totalmente murada com casa senhorial – o Solar do Hospital – que remonta ao século XII, período da História em que D. Teresa terá doado as terras à Ordem Hospitalária de São João de Jerusalém ou Ordem do Hospital, para que os Hospitalários se instalassem no Condado Portucalense. Na Idade Média, os hospitais eram espaços criados dentro do espírito cristão de auxílio ao próximo, destinados a acolher e dar “hospitalidade” a viajantes e peregrinos, o que contribuiu para que a Quinta se transformasse num local de apoio “hospitalar/hospitaleiro” aos peregrinos que se dirigiam para Santiago de Compostela.

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